03 de novembro de 2007
EstudanteNet conversa com agente cineclubista de Roraima; para ela projeto pode auxiliar na formação de um público de universitários um pouco ainda distantes do cinema e da cultura em geral
No segundo dia do seminário, realizado no Rio de Janeiro, o "CINE CUCA" lançou um desafio: ampliar o número de universidades. O objetivo anterior era criar um cronograma de exibições visando duas universidades em cada estado. Os agentes, no entanto, preferiram deixar em aberto a quantidade de instutuições, abrindo a possibilidade para o projeto alcançar um público ainda maior.
Nesta sexta, os 27 agentes, representando todas as regiões do país, esclareceram ponto a ponto as questões de pré e pós produção das exibições, começaram a delinear o cronograma de datas e traçar metas ousadas de expectativa de formação de público.
Um ponto interessante foi o imperativo da mobilização "sala em sala" e "casa e casa". Essa foi uma forma proposta e aprovada pelos agentes para fortalecer a divulgação e difundir o projeto dentro da universidade e para a comunidade da região. "Vamos usar um pouco da idéia do movimento estudantil mesmo. Aquela disposição de passar em sala toda a semana para dar os informes das sessões", explica o Coordenador do CUCA, Tiago Alves.Entre os estudantes de jornalismo, cinema, ciências sociais e até direito, a reportagem encontrou também uma aluna do curso de educação física, do Cefet de Roraima ("raima!, com som aberto", a moça corrige a reportagem). Antônia Cirino quase não embarcou para o seminário, mas de última hora tudo deu certo.
Ela conta que a capital Boa Vista possui apenas um cinema e mesmo assim "que deve ser o último do país a passar os filmes novos". Antonia já tem uma certa experiência de um ano produzindo uma espécie de cineclube em duas escolas do ensino secundário da sua cidade: a Maria de Lourdes e a América Sarmento.
Para ela, o desafio agora com o público universitário será bom para poder explorar filmes menos "didáticos", como os que eram apresentados nas escolas e que instigam mais a reflexão e o debate. Ela diz que já está tentando formar um equipe de colaboradores que vão lhe auxiliar na produção do "Cine CUCA". "Já tem um estudante de jornalismo que vai me ajudar", conta.
Sobre a expectativa e a experiência do seminário, diz que vai levar bons frutos para o seu estado: "Foi bom para fazer novos contatos, conhecer o pessoal que estará junto no projeto e tirar dúvidas sobre alguns pontos". No retorno, pretende já dar início às conversas com as direções das universidades para agilizar e começar as exibições o quanto antes.
Antonia destaca que o projeto será importante também para a formação de público, porque segundo ela, os universitário de Boa Vista "tem uma visão muito faculdade-trabalho-casa", reservando pouco tempo para a cultura e seus desdobramentos.
Conceição
Para encerrar as atividades da sexta, um quebra no protocolo. O filme "Conceição: autor bom e autor morto", que seria exibido dentro do auditorio do Hotel Itajubá, onde ocorre o seminário, ganhou um novo palco: a rua. O pessoal preferiu armar o telão no bar da esquina, que se tornou uma sala de cinema ao ar livre, atraindo a curiosidade de passantes e frequentadores do lugar.
"Conceição" é o primeiro finalizado em 35mm no Brasil por estudantes (alunos da UFF) e eleito o melhor longa-meragem pelo júri popular no Festival de Cinema de Porto Alegre. É um filme sobre o que as pessoas querem ver no cinema. A trama central envolve o encontro de autores e suas idéias. Liderados pelo eterno Fugitivo (Augusto Madeira), perseguido por um implacável Caçador (Jards Macalé), as personagens revoltam-se contra seus irresponsáveis criadores.
O amor pelo cinema e pela pesquisa de linguagem faz do filme uma emocionada homenagem aos realizadores independentes, cujas trajetórias se confundem em obra e vida real.
Rafael Minoro
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